10 de maio de 2013

CPI não é politicagem


Quando uma Comissão Parlamentar de Inquérito se instaura em alguma câmara, muito provavelmente ela é fruto de uma situação que necessita de averiguação aprofundada, uma espécie de apuração que somente um grupo de legisladores constituído nesse molde é capaz de realizar. Embora tenha poderes para investigar, uma CPI não é polícia.

Ao constituírem e nomearem o presidente e também o relator, os membros da comissão determinam pessoas a serem ouvidas no escopo dos trabalhos e também prazos de definições. A coleta do material, bojo da apuração, é feita na medida em que as partes envolvidas trazem a público os fatores determinantes e alvos da investigação.

É possível afirmar o ganho que uma CPI – que necessita se desenvolver de forma transparente – traz a uma cidade comprometida com o progresso socioeconômico. A natureza dessa formação plural, geralmente multipartidária, que rege diversos segmentos da sociedade, dispondo de membros com formação intelectual, sindical e até mesmo religiosa, por exemplo, acarreta em ganho e isenção operacional.

Nesse sentido, esmiuçar documentos e detalhar as assertivas ou negativas provenientes de oitivas justificam a elaboração de planilhas que, no final de todo o processo, devem somar-se à massa produtiva e indicativa do relatório a ser entregue ao Ministério Público.

Quem não deve, não temerá participar de uma CPI. Geralmente as pessoas convocadas (sim, essa prerrogativa é constitucional), posicionam-se de acordo com seus princípios, suas atuações públicas e, principalmente, na legalidade. Pelo menos é isso o que se espera de alguém que desejou servir ao povo. Já aqueles que alguma coisa devem ou temem dizer a verdade, em processo de autodefesa tentam desqualificar tal objeto de apuração e os trabalhos da comissão, insinuando perseguição política ou até mesmo pessoal.

As câmaras que se propõem a aprovar uma CPI estão comprometidas com a sociedade. Não se sai caçando bruxas pelo Legislativo, mas tenta-se, sim, passar a limpo o presente de um país cansado de tantos atos de corrupção e inúmeras situações prolíferas de má gestão. Intensificar trabalhos nesse sentido demonstra seriedade, ética e democracia. Tudo em busca da verdade.

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