14 de junho de 2013
Idosos e a violência
Aproveitar o curso da vida é ter em mente que tudo aquilo que produzimos no campo das experiências espirituais, da sapiência duradoura e da longínqua escala de trabalho incansável serviram para balizar e definir o que somos como cristãos.
Envelhecer é uma arte, diria um poeta contemporâneo de modernas expectativas comportamentais. Se preferir, um fardo vetusto, uma alegria eterna, uma tragédia sentimental de glamour depreciativo, margeada por doses homeopáticas de extraordinários gestos pueris, categorizadas por hipóteses que remontam à beleza e à rara e robusta evolução de pessoas detentoras de traços inconfundíveis.
Experimentar a velhice é primar pelo belo saboroso espetáculo de círculos que encantam pessoas, prosas e contextos. É saber que uma etapa, ciclo ou período foram cumpridos de forma simples e reta, ilustrados pelos bons momentos que ficaram ou marcaram a memória errante daquela doce aventurada admiração ao tempo.
Entretanto, não temos muito o que comemorar nesse século 21. Vemos pessoas que trabalharam dezenas de décadas e que ainda convivem com enfermidades sofrerem diversos tipos de violência: falo da doméstica e da familiar, ambas encharcadas de ódio e revolta, provenientes de típicas “pessoas queridas”.
O idoso se torna vulnerável à sociedade carregada de rancor, infelicidade, egoísmo e solidão. Devido a aspectos ligados ao relacionamento, às finanças ou mesmo pessoal, nossos ‘jovens’ recém-batizados pela terceira idade são frágeis e carecem de políticas públicas voltadas à segurança. Nem mesmo o ‘famoso’ estatuto resolveu a problemática.
De acordo com o jornalista e mestre em Economia pela PUC-SP, Jorgemar Soares Felix, no estudo “Economia da Longevidade”, a população idosa, em 2050, será de 1 bilhão e 900 milhões de pessoas, montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade. Fica aí uma reflexão: que mundo buscamos se não somos capazes de cuidar dos nossos ‘velhos’; poderemos seguir adiante?
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