11 de dezembro de 2015

Audiência da CPI da Educação esclarece completamente as intenções dos governos



Durante quase 4 horas de debates respeitosos, mas acalorados, os vereadores da CPI 05/15, da "desorganização escolar", como ficou mais conhecida, sob a presidência do vereador José Crespo, sabatinaram o dirigente estadual Marco Aurélio Bugni e o secretário municipal Flaviano de Lima. Nada ficou no ar ou escondido.

As conclusões confiáveis neste momento foram:

1ª) O governador do Estado, Geraldo Alckmin, foi honesto quando declarou, semana passada, que diante da pressão popular estava recuando e  não mais faria qualquer alteração de classes, séries, ciclos ou prédios escolares (estaduais) agora e durante o ano de 2016. Tudo vai ser como estava antes do início daquele malfadado processo de "reorganização", em 20 de setembro passado. Em 2016, as escolas estaduais vão abrir e aprofundar o debate sobre possíveis mudanças, para melhor, que devam ser feitas a partir de 2017. Esse debate vai acontecer em cada uma das escolas, envolvendo necessariamente os professores, funcionários, alunos e pais de alunos, e será transparecido em cada etapa, para a sociedade em geral.

2ª) Infelizmente, o prefeito de Sorocaba, Antonio Pannunzio, nada recuou nestes últimos dias e vai continuar o processo de fechamento do nível Médio em todas as escolas municipais (Getúlio Vargas, Flávio Nogueira, Leonor Mendes e Aquiles de Almeida). Em 2016, a despeito de tantos pedidos e reclamações, nessas escolas não haverá mais o 1º ano do Médio, e Pannunzio pretende, se for reeleito, acabar com todos os demais anos desse nível, obrigando todos os novos alunos a irem para as escolas estaduais. Além disso, o preposto dele, Flaviano, confirmou que serão fechadas pelo menos 6 Oficinas do Saber (escola tempo integral), em vários bairros.

Todos os presentes ficaram decepcionados, ou revoltados, com a falta de sensibilidade do prefeito e do secretário Flaviano. Infelizmente, não há como obrigá-los ao bom senso, pois nem mesmo pretendem submeter essa questão à Câmara.

No momento mais forte do debate, Crespo refutou Flaviano e demonstrou que o verdadeiro motivo dessa arbitrariedade de Pannunzio é o financeiro, economizar dinheiro neste momento de crise. "Não há nenhuma lei que obrigue essa violência e desrespeito da Prefeitura agora, ou para 2016, diferentemente do (falso) discurso do secretário", frisou Crespo.

A CPI vai agora começar a preparar o relatório de seus trabalhos, mas estará atenta aos desdobramentos e prejuízos que possam advir nos próximos meses.

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