11 de julho de 2013

Imprensa repercute votação do “BRT lento” na Câmara



O vereador José Crespo (DEM) concedeu uma longa entrevista ao repórter do jornal Cruzeiro do Sul, Carlos Araújo (foto), a respeito do PL 231/13 (empréstimo PAC-2 para o "projeto BRT").

Conforme explicou Crespo a Araújo, a intenção do atual governo (Pannunzio) é boa e necessária (modernização do transporte coletivo urbano). Mas que a proposta que a URBES apresentou, desde dezembro do ano passado até agora, é inconsistente e temerária.

Motivos:

•    Não existe qualquer projeto técnico, nem executivo nem mesmo um projeto básico;
•    Todos os cálculos apresentados ao PAC-2, que somaram 133 milhões de reais, não passam de estimativas, sem qualquer embasamento;
•    Nem um único ônibus novo, moderno, articulado ou qualquer ônibus, será comprado com esse dinheiro do PAC-2;
•    Isso demonstra que toda a propaganda eleitoral do ano passado, quando os marqueteiros trouxeram um ônibus bonito, impressionante, e o fizeram circular pelas ruas de Sorocaba, não passou de um engodo;
•    A sigla escolhida para o projeto, "BRT", significa "ônibus rápido", sem o que o castelo de cartas dos 133 milhões cairá. Mas na proposta enviada para Brasília (PAC-2), não há nenhuma linha e muito menos qualquer cálculo, nem estimativa, de que a duração das viagens urbanas, em média, venha a diminuir expressivamente;
•    Nem mesmo os corredores exclusivos para ônibus, trecho a trecho, aparecem na proposta levada ao PAC-2;

Mesmo assim, considerando que esse será um empréstimo a longo prazo e com juros reduzidos, Crespo anunciou que votaria a favor, dando um voto de confiança ao governo Pannunzio, desde que fosse aprovada também uma emenda garantindo que, à medida que os projetos técnicos ficassem prontos, dimensionados e orçados, esses viessem para apreciação e aprovação da Câmara.

Infelizmente, o prefeito, através de seu porta-voz na Câmara, Paulo Mendes, não concordou com essa emenda, exigindo que a Câmara assinasse hoje um cheque em branco. Crespo não compactuou com isso e portanto, acabou sendo obrigado a votar contra esse projeto (embora tenha sido aprovado com 17 votos, menos o de Crespo, o de Marinho e o de Saulo).

Ao ensejo, Crespo disse a Araújo que o "custo/benefício" desse projeto (BRT lento) será prejudicial para Sorocaba, que ficará endividada pelos próximos 20 anos e as prioridades de modernização do sistema urbano não serão atingidas, que são: 1º) implantar fontes alternativas de receita, para baratear a tarifa ao usuário, 2º) construir corredores exclusivos (realmente exclusivos) nos itinerários completos, 3º) abrir e interligar mais vias tangenciais ao centro, interbairros, e utilizar menos as vias radiais, congestionadas, e 4º) implantar o VLT (não BRT) nas linhas ferroviárias, utilizando-o como tronco de todas as demais linhas de ônibus da cidade.

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