2 de julho de 2013

Crespo acompanha o dia a dia de um cadeirante e vê graves problemas à dignidade humana e aos direitos dos deficientes




Calçadas irregulares, pisos esburacados, guias sem rebaixamento, pouca sinalização e desrespeito de pedestres e motoristas. Esse foi o saldo que o vereador José Crespo (DEM) observou ao acompanhar o dia a dia do cadeirante Magno Donizetti de Oliveira, de 47 anos, deficiente físico desde 2001, na última sexta-feira (28). Após convite para ver in loco a questão da acessibilidade nas ruas centrais de Sorocaba, o democrata não vê solução imediata à resolução do problema.

Há 10 anos como voluntário da Associação dos Deficientes da Região de Sorocaba (Aderes), Magno percorreu algumas ruas do Centro, como São Bento, Coronel Benedito Pires, Sete de Setembro e Luiz Ferraz de Sampaio Júnior, para mostrar a Crespo a luta diária que um cadeirante enfrenta para se deslocar na cidade.

Na rua São Bento, Crespo percebeu a falta de guias rebaixadas em frente à agência dos Correios, além de buracos e irregularidades no piso da praça central. No final da rua Coronel Benedito Pires, esquina com a rua Sete de Setembro, outro problema apontado: segundo Magno, na troca do calçamento da região central, o rebaixamento da guia deixou de feito e, simplesmente, não há como um cadeirante seguir no sentido do Terminal Santo Antonio sem a ajuda de algum pedestre.



Na rua Luiz Ferraz de Sampaio Júnior, no acesso ao Terminal Santo Antonio, outras irregularidades: além das calçadas desniveladas e totalmente esburacadas, veículos estacionam irregularmente em áreas destinadas à passagem dos cadeirantes. É possível verificar, ainda, que as guias rebaixadas estão desalinhadas.

No Terminal Santo Antonio, a travessia de Magno é feita com dificuldades. Depressões no asfalto, principalmente no trecho destinado aos pedestres, impedem a locomoção de cadeirantes sem a ajuda de terceiros. As rodas enroscam nos desníveis e travam a cadeira. É preciso ergue-la para continuar o trajeto até os pontos.

No ônibus coletivo rumo ao Jardim Faculdade, deslocamento tomado como exemplo pelo cadeirante, Crespo percebeu a boa vontade de agentes de bordo e motoristas em lidar com a situação. A rampa hidráulica, específica para deficientes físicos, tem sido usada com frequência pelos funcionários que prestam serviços à Urbes – Trânsito e Transportes. O próprio Magno elogiou a condução dos procedimentos, em diversas linhas do município.


Na rua Cláudio Manoel da Costa, já no Jardim Faculdade, os problemas enfrentados por Magno, a caminho do Hospital Regional, são inúmeros. “O trajeto é dificílimo, pois a calçada é toda esburacada; há árvores no meio dela, impedindo o nosso trajeto, e a questão da falta de guias rebaixadas também é visível”, ressaltou o cadeirante.

Crespo acompanhou de perto a situação e verificou, inclusive, a falta de ponto de ônibus próximo ao Hospital Regional, uma das diversas queixas de Magno. “Não é fácil subir essa rua, pois ela é íngreme e a calçada, cheia de desníveis”, destacou o voluntário da Aderes.

O vereador prometeu encaminhar os problemas apontados por Magno ao prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), nos próximos dias. Há, ainda, a possibilidade do vereador propor ao chefe do Executivo que se faça medidas emergenciais voltadas ao cumprimento das leis de acessibilidade às ruas centrais de Sorocaba, como, por exemplo, a adequação das guias nas vias apontadas pelo cadeirante.


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