...Mas não faça o que eu faço. Nunca, na história deste país, esse adágio popular foi tão bem empregado como nos oito anos de Lula na presidência da República e nesta aurora do governo de sua afilhada Dilma Rousseff.
O salário mínimo, criado pelo governo trabalhista de Getulio Vargas em 1940, é o mais baixo valor que os empregadores podem legalmente pagar a seus funcionários. Bem intencionado, ao instituí-lo, Vargas estabeleceu que ele deveria atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
O insuspeito Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cheio de intenções quixotescas, continua divulgando, sem contestação, o que ele entende ser o salário mínimo necessário para atender aquela premissa de 70 anos atrás esposada pela Constituição de 1988 (Capítulo II, dos Direitos Sociais, Art. 7º, IV): R$ 2.227,53 – e não os patéticos R$ 510,00 vigentes.
Enquanto líder sindical metalúrgico, período em que tornou-se o brasileiro que mais tentou ser presidente da República (cinco vezes, batendo o recorde anterior do Águia de Haia, Ruy Barbosa – que foi lançado candidato quatro vezes), Lula subia nos palanques defendendo aumentos do salário mínimo sempre bem acima dos valores propostos pelo governo.
Chegando à presidência, Lula mudou o discurso rapidinho, decretando o valor do salário mínimo de acordo com os mesmos critérios (valores baixos) que criticava quando sindicalista. Mesmo assim, e confiando na memória curta do povo, Lula deixou o governo com um índice de aprovação nunca visto na história republicana.
A criatura Dilma está seguindo fielmente o criador. Eleita, já não fala mais em salário mínimo alto e no último dia 9 mandou ao Congresso, a ser aprovado a toque de caixa, o projeto de lei reajustando-o para somente R$ 545,00. Está montado o palco para intensas discussões: centrais sindicais, inclusive aliadas do PT e do governo Lula, querem pelo menos R$ 580,00 e a combalida oposição fala em R$ 600,00.
Neste campo surge uma oportunidade de ouro para a presidente Dilma Rousseff desabrochar como uma Estadista, com luz própria.
Essa chance vem na afirmação de seu principal e derrotado adversário na eleição presidencial, José Serra, dada no mesmo dia em que o projeto do mínimo seguiu para o Congresso. Serra disse e garante que o mínimo de R$ 600,00 é viável e pode ser absorvido pelas contas do governo federal, sim senhor (já durante a campanha, o tucano defendia isso).
Quando José Serra foi ministro da Saúde, não sendo médico, foi bastante criticado; diziam que ele não passava de um bom economista. Embora ele tenha administrado bem a Saúde, naquele tempo, todos reconhecem que o forte dele é mesmo a Economia; na carreira política, ele e angariou fama de antipático, mas nunca de leviano ou demagogo.
Nessa questão, é forçoso observar que um dos dois está mentindo para o povo: ou é Dilma quando alega que mais do que R$545 será um "desastre" para o país, ou é Serra quando garante que R$600, além de justo, é perfeitamente viável.
A melhor maneira de esclarecer essa questão é a presidente nomear Serra seu ministro da Fazenda, já. Agindo dessa maneira, daria enorme demonstração de grandeza e humildade e colocaria esse desafio nas mãos do adversário.
Serra merece esse crédito de confiança. Até porque ele tem tudo a perder, se estiver errado. E o Brasil somente ganhará com isso.
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8 comentários:
Pra mim, Salário Mínimo não faz a MENOR diferença. Duro é trabalhador e aposentado que REALMENTE precisa. Vergonhoso.
Crespo, me desculpe falar outro assunto aqui. Mas é uma sugestão.
Salvo engano, há pouco tempo foi nomeado para presidente da Comissão de Desenvolvimento Cultural (CDC), o senhor Werinton Kermes.
A meu ver, uma excelente iniciativa da Prefeitura de Sorocaba.
Não sei se Werinton já foi reconhido pela Câmara de Sorocaba, porém, na minha humilde opinião, esse cidadão-regional merece algum reconhecimento. Que seja, ao menos, alguns elogios da Tribuna.
Sendo assim, peço que observe se o que digo é digno de nota. Se pensar de forma diferente, mesmo assim, o meu respeito.
Obrigado.
Prezado Rodrigo,
Você tem razão: os aposentados, neste país, também são muito maltratados.
Concordo com você, Chechi: Werington é uma ótima pessoa e um profissional competente, que ainda não foi devidamente reconhecido.
Vou trabalhar nessa direção.
Grato!
Salário Mínimo também é cultura:
O salário mínimo e o salário dos pais-da-pátria: um abismo separa o país real do Brasil Maravilha guardado no cartório
Entre o salário-mínimo reajustado pela Câmara (R$545,00) e o salário dos que aprovaram o reajuste (R$ 26.723,13), depois do aumento de 61,8% que se autoconcederam em dezembro, a diferença é de R$ 26.178,13.
Essa quantia equivale a:
131 bolsas-família.
476 quilos de picanha.
1.189 quilos de carne de contrafilé
11.382 quilos de arroz
4.363 quilos de feijão-fradinho
9.027 passagens do metrô de SP
1.454 ingressos para o cinema
52 bicicletas Caloi Aro 26
22 televisore Samsung LCD 32 polegadas
18 geladeiras Brastemp 342 litros
131 pares de tênis Nike Air Max
1 carro popular
145 passagens de ida e volta na ponte aérea Rio-SP
1.047 livros infantis
1.745 DVDs
21 computadores pessoais (notebook HP com processador Intel Dual Core, 3 gigabytes de memória e HD de 320 Gigabytes)
3.022 frascos de óleo de peroba (para dar brilho e conservar a cara-de-pau)
Em dezembro, Lula e Dilma Rousseff não viram nada de errado no aumento repulsivo aprovado pelo Congresso que controlam. O discurso da austeridade não vale para os parceiros que, somados os demais benefícios, embolsam mais de R$ 1 milhão por ano.
Já neste fevereiro, o ex-presidente e a sucessora impuseram a quantia endossada pela imensa maioria da Câmara. Os dois garantem que governam para os pobres. Segundo números oficiais, 47,7 milhões de brasileiros sobrevivem com um salário mínimo ou menos. Se Lula, Dilma e seus parceiros tentassem atravessar um mês com R$ 545,00, conheceriam o abismo que separa o país real do Brasil Maravilha que só existe na papelada que seu inventor guardou num cartório.
Vergílio: meu comentário é somente este: ACORDA BRASIL !
Dr. Crespo tem uma lei de que cada tres anos é pra ser feito exame de graduação na guarda municipal como é feito normalmente na Policia Militar, porém os dois últimos prefeitos não demonstraram interesse, o último exame ocorreu há mais de dez anos a pedido do vereador Paulo Mendes, projeto elaborado por um servidor do cabinete do vereador Antonio Silvano, por ser a maioria de vereadores que tem compromisso com o prefeito, não elaboram esse projeto obrigando a lei ser cumprida
Atenciosamente Vieira
Prezado Vieira,
Espero poder ajudar nisso.
Por favor indique qual o número dessa lei passada, para que eu possa estudar melhor a matéria.
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