8 de março de 2013

Rosas ao vento


Os ponteiros do relógio não param. O caminho, longo, tem de ser percorrido com tranquilidade, marcando o tempo em atos, gestos e feições. Não temos como controlar a vontade divina, somente respeitá-la; tampouco, retardá-la.

Perder uma pessoa próxima é triste. Confesso que não compreendi, ainda, como tudo acontece de forma ágil, sem termos condições de prever quando alguém se vai, para sempre. Infelizmente é assim mesmo: a condição humana está condicionada ao acaso, ao inesperado, que transcende vontades ou pedidos.

Há uma semana meu assessor, amigo e companheiro Marcelino Rusalen Netto faleceu. Perdi um verdadeiro irmão, uma pessoa querida por todos, que cumpriu a sua missão na Terra e, nesse momento, deve estar ao lado do Pai num local muito melhor que o nosso.

A vida é feita de surpresas. Não temos como controlar as ações que surgem a cada momento, podendo mudar o rumo e a direção de nossos caminhos. Lamentamos algo terrível e agradecemos o que de bom acontece durante o percurso. Estamos sujeitos a tudo, por isso é preciso um posicionamento firme, com os pés no chão.

O homem que reclama de seus problemas despreza suas condições de superação. Nossa natureza possibilita retomar o dia a dia, independente do tamanho do fardo que temos que carregar. A tristeza pode ser derrubada por um sorriso, um abraço, um aperto de mão. O consolo fortalece a alma e ampara o coração.

Vivemos por que precisamos viver. O dia seguinte refaz o que ficou para trás, mas não devolve o que se foi. Temos consciência disso e assim procuramos seguir um rumo. As lágrimas acabam secando, mas os sentimentos bons, as situações boas, as experiências excepcionais permanecem ativas na memória, eternamente.

O dinamismo do imprevisível fascina. Nem sempre da forma e do jeito que queremos, necessitamos ou pedimos. Assim como o vento, que a cada momento sopra de um lado, numa nova direção, ou uma pétala de rosa, que ora abre perfumada, cheia de vida, ora se fecha, como o final de um ciclo.

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