Caso do coronel Abreu ganha outros contornos

Diante dos últimos acontecimentos e notícias, no sentido de críticas contundentes contra o coronel Abreu, Secretário Municipal de Segurança Comunitária, o vereador José Crespo resolveu se manifestar. “Não sou amigo pessoal do Coronel Abreu, mas acompanho a trajetória dele em nossa cidade há vários anos, quando desempenhou um trabalho profissional brilhante na 14ª. CSM e depois, pelo envolvimento que dedicou a importantes causas sociais. Fiquei satisfeito quando soube, pelos jornais, que o prefeito Lippi o havia escolhido para ser o primeiro titular da recém-criada Secretaria da Segurança. Tomei a iniciativa de agendar audiência com ele e pude ouvir todos os seus planos, no início de fevereiro. Saí bem impressionado não apenas com tais planos, mas com o entusiasmo e a determinação dele em executá-los. Percebi também que Lippi, muito inteligente, não deu ao coronel Abreu apenas o comando da Guarda Municipal, mas trouxe à nova Secretaria a Divisão de Fiscalização de Obras Particulares, pelo entendimento de que atualmente, poucos fiscais conseguem executar o serviço deles sem garantia de segurança física. Mas, ao que parece, foi aí que Lippi e Abreu esbarraram num vespeiro. Nos últimos dias, recebi em meu gabinete na Câmara, alguns funcionários municipais (que pediram para não serem identificados, por motivos óbvios) que mostraram fortes indícios de que existiria - há vários anos - um bem articulado esquema de corrupção dentro da Divisão de Fiscalização de Obras Particulares, envolvendo não todos, mas uma parte daqueles servidores. Minha conclusão, portanto, é a de que o coronel Abreu está agindo no estrito cumprimento de seus deveres no cargo e diante das diretrizes traçadas pelo prefeito Lippi, que são, entre outras, a correção de eventuais irregularidades e a moralização permanente da máquina pública. Se a guarda municipal tiver cometido falhas de procedimento, essas falhas deverão ser apuradas. Ao meu ver, o coronel Abreu não emitiu nenhuma ordem ilegal ou impertinente, a seus subordinados. Mas alguns funcionários, possivelmente integrantes do referido esquema, caso ele realmente exista (isso também terá que ser apurado), estariam tentando boicotar o coronel Abreu, espalhando nos bairros e até na Câmara Legislativa, informações falsas, no intuito de desestabilizá-lo e colocar em seu lugar alguém mais dócil, ou míope – para que tudo continue como está. Repito: o coronel Abreu não é meu amigo pessoal, e muito menos um membro do meu partido. Mas acredito e sei, que é um homem íntegro, e corajoso. A propósito, conheço muita gente íntegra, ... mas covarde, ou pelo menos omissa. Precisamos de gente, principalmente no setor público, que tenha a coragem de fazer a coisa certa. Agora, vamos repudiar um desses? Queremos ficar no discurso hipócrita, ou queremos realmente mudar para melhor este país? Na próxima 3ª. feira, no plenário da Câmara, vou defender a urgente convocação do coronel Abreu - porque pretendo defendê-lo. Irei além: vou pedir que tal convocação seja transformada em Audiência Pública, em dia especial, para que todas as questões levantadas possam ser detalhadamente debatidas, pois ao Legislativo compete, constitucionalmente, o Controle Externo de todos os atos e procedimentos do Executivo, e o apontamento das melhores Políticas Públicas. O prefeito Lippi está viajando, na Bolívia. Em razão disso e pela premência do caso, faço hoje um apelo aberto, a ele, como vereador que o apóia: não mexa no coronel Abreu, pelo contrário: deixe o homem trabalhar, doa a quem doer”.