20 de outubro de 2014

Entidades relegam votação do Plano Diretor e desenvolvimento sustentável de Sorocaba fica prejudicado


A ausência das organizações sociais e das entidades de classe na votação do Plano Diretor, na última quinta-feira (16), no Plenário da Câmara Municipal, demonstrou o pouco interesse delas com relação ao desenvolvimento sustentável de Sorocaba. É o que aponta o vereador José Crespo (DEM) ao criticar o desinteresse coletivo às causas da cidade que passam pelo Legislativo.

As ausências do Instituto Defenda Sorocaba (IDF), do Instituto dos Arquitetos (IAB), da Associação dos Engenheiros (AEAS), do Conselho Regional dos Engenheiros e Arquitetos (CREA), do Sindicato da Habitação (SECOVI), do Sindicato das Construtoras (SINDUSCON), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (CRECI), da Associação Sorocabana de Imprensa (ASI), do Conselho de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA), das Universidades Públicas e Comunitárias (todas), do Sindicato Rural, do Centro das Indústrias (CIESP), dos Sindicatos de Trabalhadores em geral (todos), entre outras, serviram para demonstrar o quanto uma votação de um Plano Diretor (que levou quase 20 horas de discussão), apesar de ser a lei mais importante ao futuro da cidade, pouco está importando aos representantes comunitários.

A única exceção a esse comportamento desidioso foi, novamente, a presença de quatro notáveis cidadãos, cujos nomes devem ser honrados e enaltecidos: Adair Alves Filho, Cláudio Robles, Francisco de Carvalho e José Bernardo da Silva.

Com a rejeição da maioria das emendas transformadoras, articulada numa misteriosa reunião acontecida no gabinete do prefeito no dia anterior, com o objetivo de submeter previamente um grupo de vereadores, Sorocaba sofrerá um grande retrocesso. Entre elas (emendas), Crespo destaca: continuará tolerando a ocupação humana das várzeas dos rios (emenda 74); acabará com todos os bairros exclusivamente residenciais (emenda 78); continuará tolerando incômodos de vizinhança (emenda 81); permitirá o loteamento das Zonas de Conservação Ambiental (emenda 85), e continuará classificando como corredores comerciais, ruas quaisquer, até de terra (emenda 86).

O Democrata cita, ainda, problemas estruturais do Plano Diretor, como deixar sem prazos, a execução dos planos acessórios (emenda 97); autorizar a aprovação de impactos de vizinhança sem audiência pública (emenda 111); permitir o trazimento de lixo de outros municípios (emenda 120); ignorar a meta de integração operacional e tarifária no transporte coletivo com Votorantim (emenda 125); rejeitar a política pública de passe social com desconto de 30% (emenda 126); eliminar a Zona de Conservação Ambiental nas margens do córrego Pirajibu (emenda 156); eliminar a Zona de Conservação Ambiental nas margens do córrego Itanguá (emenda 157); acabar com a maior área de chácaras urbanas e incentivar ocupação residencial intensiva (emenda 158), e impedir a transformação das encostas de Inhaíba, numa Zona de Conservação Ambiental (emenda 159).

Crespo também denuncia o contorno ferroviário de cargas, deixado de lado (emenda 163), o pouco caso ao metrô de superfície norte-sul, até Votorantim (emenda 164), e a recusa de incluir no Plano Diretor o metrô de superfície leste-oeste, no antigo leito da Fepasa (emenda 165).

"O futuro de Sorocaba empalideceu", lamenta Crespo.

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