Aluguel Social pela metade: Politicagem.

Na 5a. feira dia 20 de Maio, a Câmara Legislativa de Sorocaba, por unanimidade, aprovou o PL 218/2010, de autoria do Prefeito, criando em Sorocaba o "Aluguel Social". Aluguel Social, conceitualmente, é um valor em dinheiro que o poder público fornece a uma família que (lamentavelmente) se enquadre em duas condições: estar vivendo em extrema vulnerabilidade (miséria) e em habitação de alto risco (risco de inundação ou de desabamento). Nos últimos meses, esse auxílio foi dado a centenas de famílias na região serrana do Rio de Janeiro, que perderam as suas casas durante as intensas chuvas. Inspirado nessa atitude das Prefeituras do Rio, Crespo estudou e elaborou o Projeto de Lei 205/10, criando também em Sorocaba esse benefício. Vitor Lippi também fez um Projeto (o 218), semelhante, protocolado alguns dias depois, mas com pedido de urgência, "passando na frente" do 205. Até aí tudo bem, até porque Crespo nunca trabalha pela "vaidade" de ter o seu nome carimbado numa nova Lei; pelo contrário, Crespo deu todo o apoio e também votou em favor do projeto de Lippi. Mas o projeto de Lippi tinha (e tem) um grave defeito: concede o auxílio APENAS DURANTE 6 MESES, no máximo prorrogados uma vez (total de 12 meses). Crespo apresentou emenda e argumentou: se uma família está na miséria e vive num barraco em perigo de desabamento, tem mesmo que sair dali com urgência, para um lugar digno; com o aluguel social, essa família aluga uma casa e muda-se, sendo que a Prefeitura demole o barraco e fiscaliza para que ninguém o reconstrua. Mas e depois dos 6 ou no máximo 12 meses, o que acontece? O dono da casa alugada, certamente vai despejar a família por falta de pagamento, a família certamente não vai voltar ao lugar de risco, e vai morar ONDE? Pela emenda de Crespo, essa família deveria ser cadastrada com prioridade para ocupar uma unidade no próximo conjunto habitacional popular que seja inaugurado, fosse quando fosse, a pressa transferida para a Prefeitura, e permanecer recebendo o aluguel social até a solução definitiva. Mas não: o prefeito não concordou e deu ordem à "bancada submissa" para que rejeitasse a emenda de Crespo, o que esses obedeceram cegamente. E la nave vá: mais um capítulo de politicagem mascarada.