31 de julho de 2008

Tudo a ver, Perdiga.

Deparamo-nos, na edição de hoje do Jornal Ipanema, página A3, com um bem escrito e correto artigo do nosso amigo Oswaldo Daniel, o popular "Perdiga", intitulado "Polêmico?". Num tom de desabafo, ele expressou muito bem uma indignação com relação à "cultura da permissividade" (ainda o velho "tirar vantagem de tudo") que permeia o nosso ambiente social. Embora o discurso crítico (para os outros) seja severo, muitos cultuam e admiram mesmo é a figura do "bom malandro". Não apenas para os governos e os políticos, mas em quase todos os relacionamentos da vida. Quem conhece outras culturas, sabe a diferença. Escreveu Daniel que "outro dia fui motivo de chacota de um grupo de amigos, quando falei que me orgulhava de nunca ter tido algo que sujasse o meu nome". Continua Perdiga: "Sou taxado de polêmico; mas será que é porque tento ser ético, agir segundo princípios, acreditar num mundo justo?" "E acabo percebendo que para muitos a única coisa proibida é ser sério, honesto e trabalhador". Poderíamos ter assinado com você esse artigo, Perdiga. Nossos cumprimentos pelo seu caráter e pela sua coragem. Gente como você realmente incomoda, pois revela no contraste muito da hipocrisia reinante. Nessa linha, os (graves) defeitos de tantos políticos, não passam de reflexos dos mesmos defeitos dos que os elegem. Vamos debater isto, internautas? Ou estamos todos civicamente anestesiados? Querem um exemplo prático, do gênero? Todos concordam com o discurso de que a polícia (também) tem que dar o exemplo e coibir a sua própria corrupção? Pois bem: Folha de SP de hoje, página C4: a delegada Alexandra de Agostini Randmer da Silveira, há poucas semanas guindada à chefia da corregedoria estadual da polícia, acaba de cair do cargo, porque.... estava investigando demais. Imaginem: ela queria que fossem quebrados os sigilos fiscal e telefônico de policiais suspeitos de terem sumido com nada menos de 327,5 kg de cocaína, pasmem: que já estavam guardados dentro do prédio do Denarc. Governador Serra, hello! Perdiga, você está certo. Não mude.

Um comentário:

Anônimo disse...

Também conheço o Oswaldo Daniel e concordo com tudo o que ele escreveu e com o que Crespo completou.