No Brasil, a máxima ‘acabou em pizza’ tornou-se uma expressão corriqueira e até mesmo redundante. Num país onde a maracutaia segue solta e os corruptos e corruptores livres, tudo, no teor gastronômico da massa, ou melhor, da palavra, serve de chacota e patifaria. É a pátria da malandragem.
Recentemente, a presidente Dilma Rousseff sancionou, no último dia 8, a Lei Federal 13.050, de autoria do deputado federal paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB), instituindo em todo o território nacional o Dia Nacional do Macarrão. Isso mesmo; parece piada, mas não é. Troca-se o formato do tempero, mas a massa permanece a mesma.
Segundo o autor, a lei serve para atender a uma solicitação da Associação Brasileira das Indústrias de Massa. Todo dia 25 de outubro, nós, brasileiros e pagadores de impostos, poderemos celebrar o Dia Nacional do Macarrão. E por não instituir o Dia Nacional da Farinha de Trigo? E que tal o Dia Nacional do Carboidrato?
É incabível e inaceitável uma lei dessa envergadura, algo tão ridículo, ainda mais neste momento de tantas e graves crises institucionais e de moralidade pública. A menos que o objetivo do deputado seja agradar os produtores de macarrão, em troca de alguns trocados na próxima campanha eleitoral dele, o que é totalmente indecente.
Temos de criticar, também, a presidente Dilma Rousseff por haver se associado ao deputado (tucano) nessa ridícula empreitada, que envergonha a imagem do país. Poderia ter vetado a proposição, como tem feito com tantas matérias melhores e de transformação social.
A vergonha na política, somada à decepção institucional que se transformou o Palácio do Planalto, mostra, novamente, que certo estava o general francês Charles de Gaulle: este não é mesmo um país sério.
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