22 de janeiro de 2010

E o Hospital da Mulher ?

Nesta semana, apareceu um conflito no atendimento público de partos, sobretudo os partos de risco: pelo menos estes últimos não mais serão feitos pela Santa Casa; estarão sendo encaminhados para os hospitais Santa Lucinda, Regional ou Samaritano. Esperamos que esse conflito seja rapidamente resolvido e tudo volte à normalidade, em benefício das gestantes, das novas mães e dos bebês. Mas nos vem à lembrança algo que nenhum jornal escreveu: e o Hospital da Mulher? Essa proposta foi apresentada em Sorocaba, pela primeira vez, por Crespo quando candidato a prefeito em 2004, e ganhou tanta simpatia e apoio na população, que causou desespero na campanha eleitoral dos adversários. A solução deles foi entrar com a mesma proposta, e garantindo que, se eles fossem eleitos, também fariam o Hospital da Mulher - mais depressa e mais barato ! E entre essa e outras, acabaram ganhando aquelas eleições. A pergunta que não quer calar agora, é: passados cinco anos, onde está o prometido Hospital da Mulher de Sorocaba? Ele existe? Caso exista, onde fica? Ele atende todos os partos normais do SUS? Ele atende também os partos de risco? Ele atende as gestantes e faz todos os pré-natais? Ele atende os primeiros meses de vida dos bebês? Ele tem UTI para atender os casos mais delicados? Observem bem: depois de eleito, o candidato de 2004 "adaptou" as promessas dele dizendo que a Maternidade do hospital Evangélico seria o "Hospital da Mulher" de Sorocaba. Isso já foi um desvirtuamento, pois a proposta de Crespo tinha sido um hospital público municipal e não um terceirizado. Mas o pior é o seguinte: o Evangélico, nestes últimos dias, nem foi citado pelos jornais, para resolver ou amenizar o conflito na Santa Casa: somente foram citados como "alternativas" o Santa Lucinda, o Regional e o Samaritano. Triste conclusão: Depois de 5 anos, a população constata que foi enganada; Sorocaba ainda não possui um hospital da mulher, público e gratuito, para atender com exclusividade e qualidade a extraordinária condição materna, desde o início da gravidez, passando pelo parto e até o crescimento do bebê. Essa história, agora, ficou parecida com a outra grande enganação política dos anos recentes, durante a campanha eleitoral de 1996, quando um outro candidato a prefeito prometeu que se eleito, implantaria na cidade o "Médico de Família", mostrando na televisão que isso seria uma equipe médica completa percorrendo todas as ruas da cidade, de porta em porta, para servir à população. Esse outro candidato também ganhou a eleição, e nos primeiros meses de 1997 todas as ambulâncias circulavam pela cidade com grandes adesivos "Médico de Família" e sirenes acionadas. Mas o que foi prometido na campanha eleitoral, nunca aconteceu. Acorda, Sorocaba.

7 comentários:

Pedro Henrique Oliveira disse...

Pois é, Vereador Crespo, o sr. está coberto de razão! Não há Hospital da Mulher coisa nenhuma aqui em Sorocaba e o Médico da Família,não passou de propaganda enganosa. Já amargamos essa experiência de triste memória em nossa casa. Pior é que tenho vergonha de reconhecer que na nossa casa, fomos apenas alguns dos tantos bananas abobalhados que acreditamos nas falsas promessas, um verdadeiro conto do vigário, aplicado em nós de boa fé, mas trouxas. Lamento informar ao sr. vereador que não tenho nenhuma esperança que Sorocaba acorde, que o povo de Sorocaba acorde, que o brasileiro acorde. Não aqui nunca teve nem médico da família e muito menos hospital da mulher,hospital da zona norte, nem de nenhum tipo de zona que todo mundo conhece. E de verdade, os jornais todos são coniventes. A gente se mata pra melhorar de vida e conhecimento, mas nada muda porque o povo não muda.

REINALDINHO disse...

caldini crespo, vc pergunta disso,

eu eu lhe pergunto e o hino nacional como é? como um parlamentar,que ja foi deputado nao sabe cantar o hino nacional e dps que exijir de nos jovens na escola..............feiosooo.

Crespo disse...

Prezado Reinaldinho,
Presumo que ainda é um jovem.
Aceite portanto uma sugestão: não leve a vida tão a sério!
Aquele "branco" que eu sofri, me diverte muito até hoje, e foi motivo de bons comentários políticos.
Que dizer das "gafes" do presidente? Talvez em razão delas ele se identifique tanto com o povo.
Reflita sobre isso, querido amigo.

Prof. Matias D Milhan Junior disse...

Bom dia Crespo!
Estas e outras que a cada dia que passa eu fico mais sem coragem e vontade de voltar na política. veja abaixo o que mandei ao Secretário da Educação e o comentário que fiz no Jornal Cruzeiro do Sul, sobre a Educação que também no Município de Sorocaba esta caminhando para um caos e os jornais colocam a manchete denegrindo o professor como sempre.Segue abaixo a matéria e os comentários dos leitores e inclusive um comentário meu que serve a vários políticos de sorocaba também ok?Abração.
Bom dia!
Por favor encaminhar ao Ilmo Secretário da Educação o Drº Paulo Renato, a matéria abaixo que saiu no jornal cruzeiro do sul de sorocaba.Abaixo da Matéria tem vários comentários dos leitores e um comentário meu que acredito ser de grande importância ao Ilmo Drº Paulo Renato. Abraços
Prof. Matias D Milhan Junior

Temporários reprovados poderão dar aulas em 2010
Cruzeiro On Line



Dos 182 mil professores temporários que fizeram em dezembro a prova de seleção do governo paulista, 48,4% - ou 88 mil - não alcançaram a nota 5, o mínimo para lecionar. O desempenho no exame, porém, pode ter sido ainda pior, já que até 20% da nota final vem de uma pontuação recebida pelos anos de serviço na rede. O secretário do Estado da Educação, Paulo Renato Souza, admitiu que docentes reprovados poderão dar aulas na rede em 2010.

Segundo ele, isso aconteceria caso não houvesse número suficiente de professores das áreas de matemática e física para as cerca de 5,3 mil escolas estaduais. Os temporários são professores que não realizaram concurso público, mas dão aulas na rede. Até esta sexta-feira (22), as regras da prova os impedia de assumir aulas se não atingissem a nota mínima. Isso valeria, inclusive, para os que tivessem três anos ou mais de rede, considerados "estáveis" por uma lei de 2007. Nesse caso, eles ficariam com uma jornada de trabalho de 12 horas semanais em atividades de apoio à sala de aula.

Segundo Paulo Renato, a pasta teve de alterar o caráter eliminatório para garantir as aulas. Cerca de 5 milhões de alunos estão matriculados na rede estadual paulista, que conta com 230 mil docentes - 43% com vínculo temporário. "Eventualmente você vai precisar de professores que tiraram menos de 5. Minha primeira obrigação é garantir aula", diz. O secretário prometeu oferecer cursos de capacitação a distância.

Os resultados da prova dos temporários serão usados pela primeira vez neste ano. O objetivo é criar um referencial de qualidade do grupo que leciona na rede sem concurso público. A presidente do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo, minimizou o fato de 48,4% dos temporários terem sido reprovados. "Ter a maioria aprovada demonstra a qualidade do professorado. E a prova foi muito difícil." (Luciana Alvarez e Fábio Mazzitelli - AE)
Esta matéria foi acessada 444 vez(es).

Prof. Matias D Milhan Junior disse...

continuação:
Comentários

Luis Donizetti Costa [ 24/01/2010 ]

Não considerei a provinho do governo dificil, tinha cada pergunta idiota e que saber ounão saber não acrescentaria nada a minha prática docente.

De quem é a autoria do "Mito da caverna" ?

Quais corentes filosoficas pertenceram: Adorno, Marx,etc

O cidadão que passou 5 anos na faculdade de filosofia como eu que não souber isso não deve lecionar mesmo
claudionor francisco da silva [ 24/01/2010 ]

Ganhar 7 reais a hora/aula... Assumir um papel que a família,Estado e a sociedade como um todo não assume! O que querem?

Ah!!! Como diz o leitor, "pegar professor a laço", como as universidades particulares estão fazendo ... Vestibular de manhã, matrícula à tarde... Ou nos postes escrito "Ensino médio" em 60 dias...

Querem números, qualidade não!!!!!!!!!

Ninguém fiscaliza e pune as instituiçoes educacionais que contribuem com a carnibalização da educação e lança no mercado milhares de professores em déficit com a disciplina específica..

jose maria estanislau [ 24/01/2010 ]

Até que enfim os burocratas da educação desceram de seus pedestais e sairam de seus gabinetes, visualizando a realidade da educação do país. Não se deve substituir experiência em sala de aula, com teorias que na prática não leva a nada, e lesa o direito do aluno aprender. Abaixo os burocratas da educação.
Claudinei Ribeiro dos Santos [ 24/01/2010 ]

É lamentável culpar os professores pela má qualidade do ensino, o sistema não valoriza os profissionais da educação e não dá sustentabilidade para que desenvolvam um trabalho digno e justo. Os professores ficam a mercê

Prof. Matias D Milhan Junior disse...

continuação:

da própria sorte, sofrendo na pele os impropérios dos governantes, violência verbal e física por parte de alunos e pais e outros descalabros que acontecem no cotidiano escolar. Desafio o Senhor Secretário e seus aliados para adentrar em uma sala de aula por uma semana, talvez vivendo a nossa realidade possam ter novos olhares em relação ao professorado paulista, que labutam incansavelmente em busca de uma escola de qualidade, mesmo sentindo desamparado pelo poder público. Não vamos esmorecer PROFESSORES, continuaremos lutando por amor a profissão.
matias domingues milhan junior [ 23/01/2010 ]

Temos que tomar cuidado com julgamentos precipitados.

Em todos os segmentos de trabalho existe o excelente profissional e o profissional descomprometido.Temos excelentes médicos, com CRM, advogados com OAB, Contadores com CRC, e assim por diante. Mas temos também vários profissionais com todos esses registros que foram submetidos a exames e passaram no CRM, OAB,CRC; e muitos também são descomprometidos e não fazem e nem honram seus respectivos registros. Por isso eu sempre defendi e defendo a seguinte tese: A capacitade de um ser humano esta na sua base social construtivista dentro da profissão ao qual ele se graduou ou não, seu desempenho profissional e sua vontade própria de buscar sua capacitação dentro da profissão ao qual ele exerce.Se hoje a avaliação para um aluno não é o principal meio de avaliá-lo como podemos cobrar isso de profissionais que se formaram para dar aulas?Acho correto sim que daqui a diante a Secretaria da Educação saiba fazer junto com o Conselho Nacional da Educação uma Lei , obrigando que a partir de tal data e tal ano, as Instituições de Ensino Superior que vierem a formar profissionais da Educação, que após os mesmos se formarem para se obter a licença para lecionar os mesmos sejam submetidos a um exame de credenciamento junto ao Mec da disciplina ao qual vierem se formar. Este exame seria essa capacitação que o governo quer fazer. Não esta correto um profissional que ja passou em concurso público ter que fazer uma avaliação para ter aumento salarial. Isto sim é um absurdo e fere a constituição. O senhor Secretario da Educação Paulo Renato é uma pessoa capacitada e sabe disso, pois foi ele na época do Governador Montoro que ajudou muito a qualidade da Educação no Estado de SP, o que precisa é ele ter uma assesoria de qualidade a altura dele e infelismente nesse Governo ele não vem tendo isso. O político em si é bom e tem muita vontade, mas sua assesoria as vezes acaba com sua imagem. Temos vários exemplos aqui em Sorocaba disso, que o próprio político quer fazer é trabalhador mas infelismente a assessoria faz com que ele caminhe para trás.Por isso antes de julgarmos vamos saber o porque das coisas e para que, pois é fácil atirar pedras o difícil são lapidá-las dos caminhos errados.

MATIAS D MILHAN JUNIOR.
GESTOR DE NEGÓCIOS E DESENVOLVIMENTO.
PÓS GRADUADO EM GESTÃO ESCOLAR.
Luís Carlos Rosa [ 23/01/2010 ]

É uma situação caótica, além de vergonhosa, inclusive para todos os profissionais da educação, pois com isso, todos acreditam que ser um professor é consequentemente ser um incapaz. Devemos esclarecer que a maioria dos professores são concursados, portanto, passaram por uma prova de admissão e obtiveram resultados melhores que esses. O que acontece de fato, é que a profissão está tão desvalorizada que a Secretaria de Educação "tá catando à laço" qualquer pessoa que queira dar aula, porque ninguém mais quer ser professor. No Brasil existe um déficit de quase 250 mil professores e os governos municipais, estaduais e federal não sabem o que fazer para preencher o quadro do magistério e acabam por criar provas sem resultados efetivos, sem nos dar perspectivas, tudo para evitar uma convulsão nacional.

Crespo disse...

Prezado prof. Matias,
Como sempre, seus comentários são marcados por uma forte, mas saudável, indignação.
Realmente, os políticos estão conseguindo acabar com a Educação nacional.
E os pedagogos, com raríssimas exceções (como você), sabem disso mas estão anestesiados ou acovardados mesmo.
E la nave vá.