Medidas de Prevenção à Gripe foram rejeitadas

Na 3a. feira dia 8 de Setembro, o Plenário da Câmara Legislativa de Sorocaba rejeitou o projeto-de-lei nº 331/09 do Vereador José Crespo, que estabelecia medidas de prevenção contra o contágio da gripe suína (A-H1N1) - ver detalhes em Blogs anteriores e no campo "Releases" deste endereço. As medidas eram, basicamente, duas: 1a.) os estabelecimentos (comércio - indústria - serviços) deveriam colocar máscaras e álcool-gel (ou água e sabão) à disposição dos que, passando por ali, quisessem utilizá-los, e 2a.) as aglomerações de pessoas deveriam ser evitadas. Os motivos alegados foram variados: alguns colegas vereadores consideraram que "a gripe já passou" e não há mais necessidade de prevenção; outros consideraram que "essas medidas, mesmo sem lei, já estão sendo adotadas (?), e portanto, não há necessidade de lei". O mais curioso foi o procedimento de outros colegas, que concordavam com as medidas, em âmbito geral, mas tentaram eximir dos efeitos do projeto as igrejas, cartórios e salões de festas - como se o vírus da gripe não entrasse nesses locais. Crespo argumentou exaustivamente, na Tribuna, o seguinte: a) a epidemia ainda não acabou: o número de pessoas contaminadas na verdade continua aumentando, com várias mortes, inclusive de pessoas fora dos grupos de risco; b) a imprensa não mais tem dado destaque à epidemia, nas últimas semanas, em razão de notícias e escândalos (que nunca faltam), mais novos; c) depois que esta fase da epidemia passar, os médicos estão advertindo que poderemos sofrer uma segunda onda da gripe, mais grave; d) se podemos prevenir, por que apenas remediar? Infelizmente, como acontece, algumas pessoas costumam fazer discursos inflamados defendendo uma atitude - mas não tomam atitude alguma - e quando outros tomam a atitude defendida, se colocam contra ela (!). Essas pessoas, compreensivelmente, são afeitas ao Verbo, pois ele é mais confortável do que a Ação. Com esse lamentável resultado, quem perdeu não foi Crespo (pois como ele disse, cumpriu o papel da sua consciência e do seu mandato) mas sim o povo de Sorocaba. Quantas pessoas poderiam ser poupadas do contágio se as medidas propostas por Crespo fôssem praticadas?