No governo Vitor Lippi, a Prefeitura pagou (até agora) viagens internacionais para 28 pessoas. A informação foi prestada à Câmara, em resposta a um requerimento apresentado no começo de julho pelo vereador José Crespo. O prefeito demorou 74 dias para responder ao requerimento, embora a lei mande que o faça em até 15 dias.
As viagens, pagas integralmente pelo povo, tiveram como destino Áustria, Bolívia, China, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Japão, México e Portugal.
Porém, muitas informações enviadas por Lippi ao Legislativo e contidas nos demonstrativos de Secretários e assessores, não conferem com as notas de empenho previstas antes, pela Secretaria das Finanças, para dar suporte àquelas viagens.
Os Empenhos somaram R$ 116.164,23 – e ainda pior: houve despesas efetuadas para quatro países (China, Espanha, Estados Unidos e Portugal) sem a cobertura desse documento contábil, o que é ilegal, totalizando outros R$ 13.074,05. Mais: no período, foram gastos nada menos do que R$ 94.314,18 na compra de moedas estrangeiras.
No requerimento dirigido ao prefeito, o vereador José Crespo pedira que informasse a finalidade e a necessidade de cada viagem internacional custeada pela Prefeitura e se os viajantes apresentaram, depois do retorno, relatórios das atividades desenvolvidas nos países de destino e dos proveitos em benefício da municipalidade.
Mas o prefeito não informou os propósitos da maioria das viagens custeadas pela Prefeitura. Nos casos da Inglaterra e da Dinamarca, a viagem teria sido "para conhecer parques tecnológicos". Nos deslocamentos para a Itália e o México, foram quatro seminários - dois sobre "restauração ecológica" e "cidades educadoras", e os outros dois, sobre "AIDS".
Pergunta que não quer calar: hoje, com o mundo todo à disposição através da Internet e literalmente ao alcance da mão, precisava ter gastado tanto com aviões, hotéis, jantares, etc?
Não se sabe também, oficialmente, quais foram os motivos das outras viagens que fizeram ao México (o destino preferido), e à Áustria, Bolívia, China, Colombia, Espanha, França e Japão.
Nunca antes na história de Sorocaba um governo gastou tanto em viagens internacionais.
Quanto aos relatórios sobre os reais objetivos e os resultados desses roteiros: nem uma linha, nem uma explicação. Estranho.
Mas considerando os 74 dias que levou para responder tão pouco, o silêncio do prefeito já revela tudo.
Acorda, Sorocaba.
1 de outubro de 2011
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